11/09/2015
O ponto de equilíbrio ideal com um Animal de Estimação
Por Clélia Paes

O cotidiano com os animais vai muito além da companhia que proporcionam. Uma rotina, de alguns minutos ou poucas horas dedicado a eles, funciona como uma terapia aos seres humanos.

Brincar com estes bichinhos pode diminuir o estresse, como se você estivesse ouvindo músicas de sua preferência, praticando um esporte ou uma caminhada.

Quem possui animal de estimação, comemora a sensação ao chegar em casa, depois de um dia de trabalho  e ser recebido com festa.

Esta sensação de alegria e prazer libera endorfina ao cérebro, (hormônio que contribui para o relaxamento e bem-estar), por isso, mesmo que inconsciente, as pessoas cada vez mais se dedicam aos animais e sentem-se muito bem com esta convivência.

Além de dar carinho, divertir, acalmar e fazer companhia, os bichos de estimação podem desempenhar um papel ainda mais nobre, ajudando nas perdas pessoais, deixando as pessoas menos propensas à depressão e isolamento.

Particularmente, dois perfis , são aparentemente mais ligados aos animais:

– Crianças : a convivência desperta o lado sensível e carinhoso, as crianças aprendem a respeitar o espaço dos bichinhos, e automaticamente, utilizam esta experiência no seu dia-a-dia.

– Idosos: por ter uma vida menos ativa, passam mais tempo em casa e há esta integração de distração e carinho pelo animal.

 

 

O EXCESSO

Sinais de desequilíbrio no relacionamento entre as pessoas e animais infelizmente não são raros, ocasionando perdas paralelas, pelo fato, do indivíduose fechar a outras oportunidades.

Hoje, em dia, os mais afortunados sem herdeiros, têm deixados documentosassinados em cartório, deixando a sua fortuna para o seu animal de estimação.

Não sãopoucos os casos em que o amor de gente pobre, rica ou poderosa por seus cavalos, cabritos, pássaros ou cães os levaram a tratá-los acima dos humanos.

Pessoas famosas e temperamentais têm o hábito de dormir com ocão, enquanto seus parceiros, depois de cumprida a sua função, dormem num outro leito.

E não faltam batizados , enterros e celebrações de núpcias entre humanos e animais.

Estes acontecimentos são registrados como curiosidades, mas, trata-se mais deuma tragédia.

Separações ocorrem pelo excessivo amorpor um cão, ora porque o cão toma o lugar na cama, ora na mesa, fazendo com que o companheiro ou filho seja deixado de lado. E em casos mais extremos, filhos vãoembora de casa porque sua mãe dava sinais evidentes de mais amor pelo seu bicho de estimação do que por eles.

 

 

Para tudo há um limite, todo excesso já indica um desequilíbrio e esta condição amorosa exagerada por um animal pode revelar um desprezo ou rejeição pelo ser humano.

 

 

O PONTO DE EQUILÍBRIO

Vivemos num mundo de grande desgaste para, minimamente, sobrevivermos.

Animais não discordam, não fazem cobranças, não exigem direito, apenas mendigam atenção e alimentação, em troca de lambidas, miados, etc…

Seres humanos, nossa família,(pai, mãe, marido, mulher, filhos, avós) amam, brigam, exigem, discutem, e   isso tudo dá trabalho, não há somente passividade. E muitas vezes, para nos escondermos dos nossos problemas, substituímos o nosso familiar pelo cãozinho . Exatamente, neste ponto, começa o nosso grande desafio e pode virar uma patologia.

Encaremos esta situação de frente, se há excessos em sua vida; seja na convivência com animais, seja comendo em exagero, seja bebendo em exagero, não hesite em procurar ajuda de um Profissional qualificado.

Quando admitimos um erro, um equívoco, um defeito, já é um grande passo para a cura.

 

Fonte: Clélia Paes Alfarelos, Psicanalista.